Os estanhos códigos dos componentes SMD
A sigla SMD significa Sourface Mounted Device – Componentes Montados em Superfície (ou como dizia um aluno meu: Sistema Muito Difícil) designa uma categoria de componentes, tanto semicondutores como resistores e capacitores que, além de difíceis de trabalhar apresenta estranhos códigos (quando tem código) que têm deixados os técnicos reparadores de cabelo em pé (os que ainda têm cabelo!).
O pior de tudo é que as poucas letras e números que aparecem impressas no minúsculo componente podem significar componentes distintos para o mesmo código.
Pasmem, mas até um mesmo fabricante pode utilizar o mesmo código para componentes distintos.
Por exemplo, um componente identificado como “1A” pode ser o BC846A ou o FMMT3904, por exemplo.
Na verdade, nenhum fabricante hoje fabrica suas encrencas para que sejam consertadas, isto faz parte da obsolescência programada criada em 1920, pelo então presidente da General Motors, Alfred Sloan.
Entretanto, nós que temos a “reparação” na veia vivemos remando contra a maré e procurando uma solução para driblar esta turma do mal.
Foi aí que, dia destes, navegando pela Internet encontrei um trabalho bem interessante feito por algum abnegado chamado que o denominou de THE SMD CODEBOOK. Uma compilação bem feita através de dados do fabricante RP Blackwell G4PMK e outras fontes que este anjo da guarda dos técnicos caçou na Internet.
Não sei mais onde está o link original e por isso, resolvi disponibilizá-lo aqui através do Google Drive e quem quiser baixa-lo em PDF basta clicar em THE SMD CODEBOOK e “the book is on the table”, ou melhor, no seu computador baixando o arquivo em PDF .
Existem algumas observações preliminares bem úteis que estão em inglês no texto original cujo resumo da tradução adaptada eu apresento aqui para ajudar aos colegas que tem algum “desconforto” com a língua dos gringos.
Como usar o CODEBOOK
A primeira coisa que se deve fazer é identificar o invólucro do componente, pois isto será extremamente útil. A partir da página 68 você encontrará uma relação com a maioria dos invólucros utilizados.
Vamos a um exemplo.
Suponhamos que você tem um componente marcado como “1A”. Pressione as teclas CTRL+F e uma janela de pesquisa aparecerá na tabela. Digite “1A” e você será direcionado para o local correto onde estão todos eles como mostrado no recorte abaixo.
Note que existem 14 componentes com este código sendo que alguns têm uma letra minúscula como prefixo ou sufixo.
Na terceira coluna temos a sigla do fabricante que você encontra na página 5. Saber quem é o fabricante pode seu útil para buscar o datasheet.
Observe na quinta coluna aparece o tipo de invólucro (ver págs. 68 e seguintes) para tentar ajudar a identificar qual é o seu, mas mesmo assim podem ficar dúvidas.
Por exemplo, o primeiro da lista do nosso exemplo é um BC846A da Philips com invólucro SOT23 que é um transistor bipolar tipo N, porém existe outro SOT23 da International Rectifier (IR) com o mesmo invólucro que é um MOSFET canal N e aí só a analise do circuito ou o esquema pode tirar esta dúvida (cruel).
A segunda coluna nos dá o código original e na última temos o equivalente convencional.
As letras minúsculas são usadas mais recentemente por alguns fabricantes. A Philips usa p ou t enquanto a Siemens usa s.
A Rohms Semiconductors foge a regra (que não existe) e usa G maiúsculo em quase todos os seus componentes, assim GD1 pode ser a mesma coisa que D1 que é o diodo BCW31.
A Motorola tem colocado uma letra como sobrescrito (em cima do lado direito) para indicar o mês de fabricação como SAC, por exemplo.
Estas foram algumas informações que eu julguei mais interessantes.
Sugiro que você explore o manual e certamente descobrirá mais coisas.
Infelizmente ele talvez não resolva todos os seus problemas de desvendar os estranhos códigos dos componentes SMD porque os fabricantes não param de nos surpreender (e atrapalhar a vida), mas para alguma coisa deve ajudar.
Se gostou do artigo não seja egoísta e divulgue nos seus grupos de redes sociais. Uma das maneiras de manter a profissão ativa é mantendo também ativos o maior número de técnicos reparadores infernizando a vida dos fabricantes e consertando os aparelhos que eles querem que sejam jogados no lixo para produzir poluição ambiental.
Até sempre
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