Descobrindo a Potência de um transformador – Parte 2
No vídeo complementar que eu coloquei no meu canal sobre este artigo que eu escrevi para a Revista Antenna de dezembro 2020 e também está no post aqui no site, houve dois questionamentos e por isso, resolvi escrever esta Parte 2 para esclarecer estas dúvidas.
No vídeo complementar que eu coloquei no meu canal sobre este artigo, que eu escrevi para a Revista Antenna de dezembro 2020 e também está no post aqui no site, houve dois questionamentos e por isso, resolvi escrever esta Parte 2 para esclarecer estas dúvidas.
A primeira dúvida, colocada por um assinante do canal, se refere a como saber qual será a tensão no secundário de um transformador quando ele estiver sem carga, uma vez que o fabricante só nos informa a tensão com a carga compatível com a corrente que podemos “puxar” no secundário sem sobrecarregar o “bichinho”.
Para saber esta tensão precisaríamos que o fabricante nos informasse o percentual de regulação do transformador que aparece na fórmula abaixo.
Mesmo assim, este valor seria aproximado porque haverá uma variação entre o resultado com carga puramente resistiva ou reativa.
No segundo caso precisaríamos saber o fator de potência.
A bem da verdade, muita teoria com pouco efeito prático, neste caso, em se tratando dos “nossos” modestos transformadores.
De qualquer maneira a pergunta foi válida e julguei que merecia um comentário.
A segunda dúvida que outro leitor colocou não foi exatamente uma dúvida e sim uma “reclamação”.
No meu vídeo, alega o leitor, que não ficou bem clara a colocação dos instrumentos pois, acabam sendo encobertos pela minha mão.
Isso pode não ser um problema para os mais experientes, mas, para os iniciantes, talvez.
Sendo assim, resolvi colocar algumas fotos e explicações para complementar o vídeo.
Na fig.1 nós vemos o transformador tendo o primário alimentado pelo VARIAC ajustado para 110,8V (deveria ser 110V) e o ICEL 6199 medindo está tensão.
O FLUKE 107 mede a tensão no secundário em 11,41V (ficou um pouco escuro, mas o valor é esse).
Sem carga deveria ser maior que 12V como especificado na etiqueta que está no transformador, mas ficou um pouco abaixo, por conta da “qualidade” do transformador.
Na fig.2 foi colocada uma lâmpada incandescente 12V/21W (coberta com um capinha plástica para não ofuscar a foto).
No cálculo apresentado na Revista Anteena deveria ser 24W, mas esta era carga mais próxima que eu tinha por aqui.
Foi necessário ajustar o VARIAC para 123,3V no primário a fim de se obter 12,07V no secundário com carga.
Observe que esta carga é um pouco menor que o calculado na parte 1 do artigo por conta da potência da lâmpada ser um pouco menor.
Finalmente, o FLUKE 107 foi ligado em série com a carga, como vemos na Fig.3 para medirmos a corrente no secundário em 1,755A.
Vale ressaltar dois pontos aqui.
Os dois multímetros utilizados medem TRUE RMS, isso não é essencial neste caso, mas oferece uma medida de melhor qualidade.
Outro ponto importantíssimo a tomar cuidado é que nem todos os multímetros medem corrente AC.
Note ainda a mudança de posição da ponteira vermelha no FLUKE 107 na medida da corrente.
Se não tem um Variac não fique frustrado por causa disso e não precisa realizar a parte prática.
Eu fiz para satisfazer os seguidores de São Tomé, como eu, que gostam de “ver para crer”.
Faça os cálculos propostos no artigo e terá uma boa aproximação, como a prática mostrou, e assim, poderá usar o transformador “anônimo” com segurança, sem provocar incêndios evitáveis.
Aliás, num mundo com tanta tecnologia a nossa disposição, a maioria, senão todos, os incêndios que temos assistido em hospitais e “ninhos do urubu”, por exemplo, são, a meu ver, perfeitamente evitáveis.
Este é o último post técnico de 2020, mas fique atento, dia 30 publicarei minha mensagem de fim de ano.
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