Ano Novo, 2018 vem aí, os números governam o mundo!
Dizem que foi Pitágoras quem disse “os números governam o mundo”, isto lá pelo século V “antes de Cristo”, e eu acrescento: – “governam o mundo e, cada vez mais, também governam as pessoas!”.
Sem perceber, penso que Pitágoras ao dizer esta frase, com a qual eu concordo em “número”, gênero (que não se usa mais) e grau, estava inventando também o Ano Novo, para nos governar, mesmo que os governantes insistam em nos desgovernar.
Passamos a vida cercado de números: RG. CPF, PIS, NIS, MEGA SENA …, às vezes, colocamos todas as nossas esperanças nestes seis números.
Por decreto, de um tal de Juliano, tem o número 365 que representa os dias de um ano que tem 12 meses com 30 dias cada um, às vezes, com 31 senão a conta não fecha que nem orçamento de governo.
Ufa! Chega logo 31, que o dinheiro já acabou faz tempo.
Ainda bem que inventaram um mês que só tem 28 dias, embora exista sempre um estraga prazeres pra colocar 29 de quatro em quatro anos e, pra ficar bem pomposa a invenção, apelidaram de bissexto que, dizem, que dá azar.
Ainda bem que o azar “oficial”, só acontece de quatro em quatros anos.
Seja lá 28, 29, 30 ou 31 que bom que inventaram o número cinco pra ajudar a pagar as contas do mês número um, depois as do mês número dois que, às vezes, vem com carnaval e aí a gente pode ficar sete dias sem contar nada.
A gente pode parar de contar, mas os computadores dos bancos que não estão nem aí para sambas e desfiles continuam contando e calculando sempre, como o “homem de negócios” do planeta do Pequeno Príncipe que não parava de contar “aquelas coisinhas brilhantes lá no céu que fazem sonhar os ociosos”. Afinal, “contar é preciso, viver não é preciso” parafraseando Fernando Pessoa.
Outros há que não têm tanta sorte assim com o número cinco e têm que esperar o número dez e, mais uma vez, o estraga prazeres inventou o tal do “dia útil”, mas esqueceu de decretar que nos “dias inúteis” a gente e os computadores deveriam parar de contar.
Nem queria falar, pra não estragar a festa de homenagem ao número 2018, daqueles para os quais o dia dez “útil” se tornou “inútil” e foi tirado, por decreto, do tal do “calendário de pagamento”.
Tem isso também, o calendário para você ficar mais velho que tem 365 dias e uns quebrados (pra fazer o ajuste fiscal dos dias do ano) e este é implacavelmente pitagórico, já que o tal número do calendário do pagamento é uma bagunça e nem Pitágoras previu que poderia vir a ser um número “irracional”.
Eu cá, como tenho uma birra com o número sete, já desconfiava que 2017 poderia não ser muito bom e não é que foi ruim mesmo para alguns.
Sérgio Cabral continuou preso e, pasmem, até o Maluf, quem diria, foi parar na Papuda depois de tanto “papar” nas tetas do governo (ou do povo). Agora então, é que eu fiquei com mais raiva ainda do número sete.
O Cabral roubava, mas pelo menos pagava os salários em dia. Um homem de coração que me lembra até Robin Hood! Tomara que ele volte em 2019, até lá a gente segura as pontas e fica sem salário numa boa.
Ô 2017, vai de retro satanás e só volta com esse sete azarento no rabo daqui a dez anos (2027) que assim dá um tempo para a gente respirar com a cabeça fora d’água.
Mas que bom que vem aí 2018. Não é bissexto e não termina em sete. Deve ser melhor que 2017.
Sonhar não custa nada, não se paga pra sonhar, disse o poeta, mas poetas são “pessoas ociosas” que contam e até ouvem estrelas e para ouvi-las muitas vezes despertam como Bilac.
Deixando a poesia e os sonhos 0800 dos “ociosos” de lado, temo (lá vem o estraga prazeres de novo) que o duble de ministro/banqueiro/candidato (não seria “triplê”, neste caso?) crie um imposto para os sonhos porque os números estão lhe dando pesadelos. E, como sonho não está previsto na constituição cidadã, o “imposto dos sonhos” pode ser criado sem precisar comprar os deputados para a aprovação o que já é uma boa economia de número$.
Pobre de quem sonha pra jogar no bicho que vai ter que pagar imposto pra fazer uma fézinha e, quem sabe, entrar 2018 com o pé direito.
Mas, espelho, espelho meu, diga se eu continuo ou não otimista com a chegada de 2018. Aliás, vocês perceberam que não existe ninguém mais otimista do que eu (espelho meu), ou pelo menos, mais pitagórico e que acredita que os números governam o mundo e as pessoas.
Não podemos nos esquecer de que 2018 tem Copa do Mundo sem “padrão Fifa” (será?) e ai, “é só alegria” como diz o povão, principalmente se o nosso time canarinho conseguir ser heptacampeão (sete de novo!) sem ter que “combinar literalmente com os russos” como disse Garrincha.
Como não tem jeito, meu caro Pitágoras você estava tão certo com suas hipotenusas, catetos e números amigos (seriam eles os da mega sena?) e que venha 2018, mais um número para nos governar porque se dependermos dos políticos estaremos mais desgovernados do que as naus de Cabral (o outro) que saíram para ir às Índias e acabaram encontrando os índios (um mero problema de gênero, permitido naquela época).
E, finalmente, pra não quebrar a tradição e me tornar mais um estraga prazeres, só resta me inspirar na canção de Chico Buarque do tempo em que ele se dizia contra o sistema ou regime e dizer “apesar de você (digo, deles) amanha, há de ser outro dia” e… tendo eu já pendurado na parede o calendário de 2018 com o Ano Novo, para alegria, pelo menos, dos fabricantes de “folhinhas”, como se dizia antigamente no tempo que os comerciantes as davam de brinde no final do ano para todos “os clientes e amigos”, então Happy New Year pra todos nós (pitagóricos ou não!).
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