Como identificar fios embutidos numa instalação elétrica.
Como identificar fios embutidos numa instalação elétrica.
Dia desses resolvi trocar os ventiladores de teto barulhentos da minha casa por outros mais modernos de quatro pás e instalar no cômodo onde não existia e aí começou a confusão:-identificar fios embutidos na instalação elétrica.
Ventilador de teto? Por que não colocar ar condicionado? Bem, pra quem não sabe o ar condicionado usado junto com o ventilador de teto ajuda a diminuir o consumo de energia, mas este assunto não é objetivo do post.
A confusão começou quando percebi que todos os fios do ventilador antigo eram vermelhos em um caso ou azuis em outro, bem como três fios que “entravam pelo cano” e sumiam por dentro da parede até chegar à caixa onde estavam instalados os controle de iluminação e ventilação que também seriam substituído pela versão mais moderna fornecida junto com os novos ventiladores. Não se usa mais dimmer (que aliás, nunca funcionou bem).
E agora, qual o fio vermelho (ou azul) daqui de baixo corresponderia ao vermelho (ou azul) lá de cima no teto?
Se os “eletricistas” seguissem a regra de usar azul para neutro, verde ou verde/amarelo para terra (ou PE), vermelho para fase e preto pare retorno já ajudaria muito.
No meu caso, descobri que o “Zé Faísca” tinha usado o verde que, às vezes, emendava com um amarelo e era o neutro e o azul ou vermelho, às vezes, era fase outras vezes retorno. Um verdadeiro samba do “afro descendente com problemas mentais” (não se pode mais dizer “dizer samba do crioulo doido” porque é considerado racismo).
A fase e o neutro não foi difícil descobrir com uma chave de testes (fio terra não se usava antigamente, então deixa pra lá).
Meu problema era descobrir, como eu já disse quem era a “cabeça” e o “rabo” de cada um daqueles três fios vermelhos ou azuis.
Se alguém está pensando em sugerir “puxa de um lado pra ver quem balança do outro” pode esquecer. Instalação antiga com conduites entupidos de fios rígidos (hoje se usa fio flexível) estava igual trem ou metrô na hora do rush, “ninguém se mexia”.
E se começasse a puxar muito ia acabar arrebentando o toquinho de fio que restava e aí já era. Vai convencer a dona patroa que terá que fazer a instalação “por fora” que além de você chamado de incompetente (no mínimo), será divórcio na certa.
Era preciso usar um pouquinho de imaginação (e teoria) em lugar da força bruta.
Uma vez confirmado que os três fios vermelhos (ou azuis) não estavam energizados, o primeiro passo foi unir as pontas de dois deles de um lado (por exemplo, no teto) e medir em qual para dos três na caixa de interruptor havia continuidade o que foi feito com um multímetro digital Ching Ling na escala de continuidade para ouvir o apitinho.
Aqui cabe uma observação, eu estava trabalhando com os disjuntores ligados, mas “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”. Desligue os disjuntores para trabalhar com segurança.
Assim, nesta primeira fase (sem trocadilho) eu já havia descoberto “a cabeça e o rabo” de um dos três fios que foi devidamente marcado com uma tirinha de fita crepe que foi numerada com o número 3.
Faltava identificar os outros dois e agora é que vem o Ovo de Colombo.
Pendurei uma bateria de 9 volts nas pontas dos dois fios “incógnitos” restantes que chegavam até a caixa de interruptor.
Marquei a ponta que estava ligada ao positivo da bateria com uma tirinha de fita crepe com o número 1 e ponta ligada ao negativo com o número 2.
Fui até a caixa de passagem no teto com o Ching Ling na mão e a escala de 20V DC previamente selecionada.
Já adivinhou o que eu fiz? Isso mesmo, ao medir a tensão que chegava aos dois fios além de encontrar os 9 volts que estavam sendo “enviados” lá de baixo pela bateria eu precisaria me preocupar com a polaridade que chegava a eles.
Se aparecesse um sinal negativo na frente do valor da tensão no display do multímetro significava que a ponta vermelha do multímetro estava ligada ao fio 2, ou seja, negativo da bateria e a ponta preta estava no fio 1, positivo da bateria.
Se a leitura aparecesse como na figura, então eu tinha vencido a Lei de Murphy e acertado de primeira como se vê na foto.
De uma forma ou de outra bastava agora colocar as etiquetas de fita crepe numeradas com os números 1 e 2 que me informavam quem era a “cabeça e o rabo” de cada fio.
Simples e prático, não é mesmo?
Finalmente, quem não tem multímetro pode usar um LED só que neste caso não pode usar a bateria de 9 volts a menos que coloque um resistor de 1 kohm em série com o LED.
Poderia ter usado também uma ou duas pilhas. Preferi a bateria porque estava mais a mão.
O importante é ter em mente que tem que ser uma tensão contínua por causa da polaridade, por isso a bateria ou a pilha.
Gostou? Deixe um comentário (se não gostou, deixe também) e compartilhe.
Conhecimento não é para ser guardado a sete chaves e sim socializado.
18 Comentários