Era uma vez um resistor de valor desconhecido
Quando eu inaugurei o site, em janeiro de 2014, ofereci um e-book GRÁTIS intitulado Era uma vez um resistor queimado que você poderá baixá-lo agora clicando sobre o título que aparece aqui.
Antes de prosseguir com assunto do dia “Era uma vez um resistor de valor desconhecido” eu gostaria de dar uma dica que, não tem nada a ver com eletrônica, mas tem tudo a ver com quem usa a Internet.
Pelos pedidos que recebo por e-mail parece que tem muita gente que ainda tem medo dos “links” que eu coloco nos artigos ou nos banners e não clica neles.
(Links são aquelas informações que estão sublinhadas e ao passar o mouse por cima aparece uma mãozinha. Se você clicar será direcionada para outra página).
Concordo que o medo, até certo ponto, se justifica, mas aqui no site não há perigo de clicar nos banners ou links que coloco porque eles não têm vírus. Os links que devemos ter muito cuidado ao clicar são aqueles que tem a extensão “.exe” porque, estes sim, podem conter vírus, pois são arquivos executáveis.
É bom que fique claro que nem todo arquivo “.exe” contém vírus, mas na dúvida, a recomendação é fugir deles.
Entretanto, este não é o caso aqui no site, pois eu não coloco arquivos executáveis e sim, pdf ou links que redirecionam para área de vendas dos meus e-books, por exemplo, ou anúncios do Google.
Feitas estas observações sobre links e cliques, voltemos ao nosso “prato do dia”, Era uma vez um resistor de valor desconhecido que complementa o Era uma vez um resistor queimado.
O código de cores, a eterna dúvida.
O código de cores foi desenvolvido em 1920 pela RMA (Radio Manufactures Association) e embora a tabela de cores seja igual a tabela do imposto de renda que nunca é alterada, os resistores foram “evoluindo” por uma imposição da evolução dos circuitos e ganhando novas faixas coloridas além das primitivas e suficientes três faixas apenas, lá de 1920.
Atualmente temos resistores com até seis faixas coloridas e aí, muitas vezes, o técnico entra em pânico na hora de descobrir o valor ôhmico de um resistor destes.
No artigo “Os resistores de 5 e 6 faixas” (olha o link aí) eu descrevi sobre eles e dei dicas para descobrir o valor ôhmico de um resistor destes, entretanto recentemente em minhas pesquisas pela Internet encontrei um aplicativo (estamos na era dos app) sensacional que pode simplificar a nossa vida e, como sempre faço com minhas descobertas, quero compartilhá-la com você.
O link do aplicativo é uma oferta da empresa norte-americana Digi-Key Eletcronics e basta você CLICAR AQUI e será redirecionado para ele (não tem vírus!).
Na figura abaixo eu mostro o que você irá encontrar e embora a utilização do “Calculador de Código de Cores” da Digy-key seja autoexplicativa, eu gravei um pequeno vídeo, para facilitar sua vida, mostrando como funciona.
E os resistores SMD
A praga do século, que surgiu para atormentar um pouco mais os tá sofridos técnicos reparadores, foi o chip SMD.
Junto que estes “seres”, às vezes, com mais de 200 patitas como se diz em espanhol, vieram os transistores, diodos, fusíveis e também os resistores e capacitores SMD.
Obviamente que em um espaço tão reduzido de um resistor SMD não dá para colocar faixas coloridas nem, tão pouco, escrever o valor ôhmico.
Para resolver o problema dois métodos são utilizados.
O mais comumente encontrado é o mostrado abaixo com 3 ou 4 dígitos.
No primeiro exemplo temos um resistor de zero ohms que é, praticamente, um jumper.
No segundo exemplo, de três dígitos, a letra R foi utilizada como ponto decimal como costuma aparecer nos resistores de fio e você já deve estar acostumado com isto.
No exemplo de quatro dígitos, mais uma vez, temos a letra R, porém desta vez antes dos dígitos significativos nos dando 0,382 ohms.
O quarto exemplo, é mais uma “invenção” dos fabricantes. Pelo valor mostrado ao lado (0,068 ohms) poderíamos pensar em R068, não é mesmo?
Entretanto, como não havia espaço para o R ele foi “substituído” por um traço sob os dígitos 068.
Isso é que podemos chamar de “imaginação fértil”!
Tá achando complicado?
Então espera aí que tem mais.
A padronização dos valores dos resistores
Você certamente já percebeu que os valores comerciais não só dos resistores, mas também dos capacitores e diodos Zener seguem alguma norma, uma vez seria impossível fabricá-los com qualquer valor que se imaginasse.
Em 1952 o IEC (International Eletrotechinical Commission) definiu e normatizou os valores de tolerância para fabricação de resistores os quais foram seguidos, também, para os capacitores e diodos Zener.
Esta norma é conhecida como E-Serie (EIA) e se baseia numa progressão geométrica em que que cada década é dividida num determinado número de “degraus” que por sua vez correspondem a tolerância assumida para o componente.
Temos então as seguintes E-Series mostrada na tabela abaixo e suas respectivas tolerâncias.
Vou começar com a E-12, como exemplo, que é a mais comum comercialmente.
Esta série é constituída de 12 “degraus” em cada década e podemos observar que cada valor é obtido multiplicando-se o anterior por 1,2.
Observe que o intervalo entre cada valor está situado dentro de 10%.
Por exemplo, tomemos 47 + 10% = 51,7 e 56 – 10% = 51,6.
Quanto menor a tolerância maior o número de valores que podemos obter.
Outra série comercialmente muito utilizada atualmente é a E-96 com +/- 1% de tolerância que nos fornece 96 “degraus” em cada década como podemos ver na tabela a seguir e que será extremamente importante para identificar valores de resistores SMD de 1% de tolerância como veremos a seguir.
Como ler o valor de um resistor SMD de 1% de tolerância (Série E-96).
Para resistores de 1% de tolerância temos que utilizar 5 ou 6 faixas coloridas ou o mesmo número de dígitos, no caso de resistores SMD.
Já dá para perceber que escrever mais de quatro dígitos em um resistor SMD só chamando aqueles japoneses que conseguem escrever “Pindamonhangaba” em um grão de arroz, o que não é muito fácil de encontrar (a gente só vê no Fantástico, quando eles estão sem assunto).
Vejamos um exemplo. Você encontrou um resistor SMD com esta inscrição “38C”. Você saberia dizer de quantos ohms é este resistor?
Para resolver este probleminha precisaremos utilizar duas tabelas.
Uma delas é a que eu já mostrei, onde o código 38 nos fornece 243.
A tabela 2 é a que vem a seguir e vai nos informar que a letra C corresponde ao fator multiplicativo 100.
Portanto, nosso resistor estranho vale 243×100 = 24300 ou 24,3 kohms e Era uma vez o valor do resistor desconhecido sendo resolvido.
Potência versus tamanho do resistor
Esta é outra questão que causa muita confusão, principalmente aos principiantes. Como saber a dissipação de potência de um resistor com código de cores.
Ninguém pensou, até o momento, em incluir mais uma faixa para indicar é “quantos watts” é o resistor.
Para os resistores mais comuns podemos utilizar a tabela abaixo como uma referência para tentar saber a potência de um resistor, embora possamos encontrar pequenas variações de um fabricante para outro.
Gostou?
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São coisas deste tipo que você não aprende nos cursos por ai, mas aprende aqui no site e nas aulas do Clube Aprenda Eletrônica com Paulo Brites.
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