A Internet das Coisas
A Internet das Coisas é uma expressão que será cada vez mais falada e ouvida daqui pra frente ou, simplesmente, sua sigla em inglês IoT (leia-se “ai ou tí”) que é a tradução literal de Internet of Things.
Depois da Internet, que começou lá pelos anos 60, portanto ainda no século passado e da Wide World Web mais conhecida como “www” e que só chegou ao Brasil para o púbico em geral por volta de 1995, a IoT, com certeza, será (ou é) uma das maiores, senão a maior, revolução tecnológica deste século e que mudará de forma radical a interação dos humanos com o mundo.
É fato consumado que a web mudou a forma de comunicação humana e criou o paradoxo de fazer com as pessoas fiquem mais “conectadas” e cada vez mais distantes. Vinte anos atrás ninguém seria capaz de imaginar o que a Internet seria capaz de fazer (e ainda fará), assim como fica difícil “adivinhar” onde a IoT nos levará.
Mas o que é exatamente a Internet das Coisas?
Uma definição para IoT é a seguinte:
“A IoT é um cenário no qual, objetos (“coisas”), animais, ou pessoas são providos de um identificador único e a habilidade de transferir dados a uma rede sem a necessidade da interação humano-para-humano ou humano-para-computador. A IoT envolve a convergência de tecnologias sem fio (wireless), sistemas eletromecânicos (MEMS) e a Internet.”
Em palavras simples a IoT significa tudo chipado e interconectado 24 horas por dia 7 dias da semana. Ela vai além do que George Orwell imaginou em sua novela 1984 escrita em 1949.
Perto disto a NSA (National Security Agency) será considerada brincadeira de criança curiosa.
Segundo estimativas da Ericson por volta de 2020, portanto daqui a seis anos teremos 50 bilhões de dispositivos conectados, ou seja, dez vezes mais que a estimativa da população mundial e uma perspectiva de seis bilhões de telefone móveis.
Há anos que nós já temos computadores incrustados (embedded) capazes de se comunicarem sem fio, entretanto quase todos são sistemas fechados com uma relação um-a-um com um computador central que “conversam” entre si.
A diferença é que a IoT é que os dispositivos passam a ter cinco habilidades:
1) Têm uma identidade única através da estrutura central (backbone) da Internet mostrando o que são e onde estão;
2) Têm a habilidade de se comunicarem através de tecnologias sem fio (RFID, bluetooth para Wi-Fi e 3G ou 4G);
3) Podem se reportar ao mundo em redor através de sensores;
4) Podem se controlados de qualquer lugar através de seus computadores incrustados (embedded);
5) As “nuvens” fornecem os mecanismos de armazenamento, troca, combinação e processos massivos de quantidades de informação de qualquer lugar que tenham sido criados originalmente. A localização é irrelevante desde que tenhamos acesso a um servidor web através de nosso PC ou smartphone.
Qual seria o uso da IoT?
Da mesma forma como aconteceu com a World Wide Web (www) quando surgiu para o público em 1993 ainda não se sabe exatamente onde a IoT vai chegar. Todavia existem seis cenários possíveis que já se mostram viáveis.
1) Comunicar com as “coisas” de um modo inteiramente novo, aprender sobre eles simplesmente escaneando-os com nossos celulares ou dispositivos similares;
2) Monitorar coisas remotamente de um modo holístico, juntando múltiplas entradas que nos darão um controle maior do mundo ao nosso redor;
3) Pesquisar e procurar coisas. Imagine você “perguntar” ao Google: onde estão minhas chaves e obter uma resposta concreta;
4) Administrar melhor as coisas, desde o fluxo do trânsito à economia de energia em nossa casa ou local de trabalho;
5) Controlar coisas como sensores de temperatura (termostatos) a partir de qualquer lugar no mundo;
6) Jogar com as coisas. Imagine aumentar a realidade de comunicação com o mundo ao redor e fazer dele um verdadeiro jogo real.
O que já temos em termos concretos atualmente?
1) Cidades inteligentes
2) Saúde – monitoramento a distancia de pacientes através que sensores incrustados que informam ao médico em tempo real qualquer alteração nos parâmetros monitorados;
3) Casa inteligente
4) Indústria
5) Automóveis
Como foi dito acima ninguém poderia prever que a Internet promoveria mudanças radicais na sociedade como a Primavera Árabe que se espalhou pelo mundo e fez com que os cidadãos não aceitem mais de forma passiva a ditaduras e os governos totalitários.
A mídia oficial precisou correr para tentar se adaptar aos novos tempos em que todo mundo pode “ser repórter” e nada mais se faz às escondidas.
O que acontecerá com a Internet das Coisas nem “Nostradamus” seria capaz de prever, mas uma coisa é certa assim como a web mudou e continua mudando o mundo a IoT o fará também de forma imprevisível.
Até sempre.