Potenciômetro ou reostato: qual a diferença?

Na página 82, figuras. 10 e 11, do meu e-book Eletrônica para Estudantes, Hobistas & Inventores eu explico qual a diferença entre potenciômetro e reostato, entretanto estes dias recebi um e-mail de um leitor dizendo que ainda se sentia confuso com a explicação.

Que bom! Em primeiro lugar porque é sinal que ele leu, e em segundo porque teve a coragem de perguntar.

Se ele teve dúvida é possível que alguns “milhões” de pessoas no planeta também não tenham entendido muito bem a diferença entre potenciômetro e reostato, mas deixaram para lá pensado que não valesse a pena levar tal questão adiante.

Ledo engano de quem assim pensou, pois como disse Fernando Pessoa “tudo vale a pena se a alma não for pequena” e eu acrescento, não deixe as dúvidas se acumularem, porque elas são como ervas daninhas e crescem como mato. Quando menos esperar e olhar em volta você estará cercado por um matagal de dúvidas e aí vai ficar difícil enxergar alguma coisa a sua volta.

Origem e significado das palavras

Há muitos anos defendo a ideia de que a origem e o significado das palavras são coisas fundamentais, principalmente, quando se estuda algo “novo”.

Infelizmente, muitos professores não pensam assim e julgam que seus alunos nasceram sabendo todas aquelas palavras estranhas que para ele, professor, são tão comuns, mas seus alunos nunca as ouviram na vida e não fazem a mínima ideia do que significam.

Toda sala de aula deveria ter dicionários disponíveis e os professores, não apenas os de português, deveriam encorajar os alunos a os usarem.

Sendo assim comecemos “decifrando” as palavras reostato e potenciômetro e para tal, talvez seja bom começar escrevendo-as nas suas formas originais em inglês:

RHEOSTAT e POTENTIOMETER.

Comecemos com RHEOSTAT (“traduzido” por reostato) que na verdade é uma palavra composta por “rheo” + stat” que foi cunhada em 1845 pelo cientista britânico Sir Charles Wheatstone onde rheo vem do grego e significa rio e neste caso pode ser entendida como fluxo de corrente.

Do ponto de vista prático um reostato é uma resistência variável que tem como função no circuito controlar a corrente (“rio de elétrons”) nele.

Talvez nosso “amigo” Wheatstone tenha querido dizer algo como “estado do fluxo de corrente” e mais adiante você entenderá exatamente o que isto significa.

Para POTENTIOMETER temos a junção de POTENTIO + METER que pode ser entendida como “medidor de potência”.

O termo potentiometer, traduzido por potenciômetro, parece ter surgido nos Estados Unidos da América pela indústria eletrônica na Era do Rádio (1920-1940) para designar os controles de “volume” e talvez por isso, a ideia de “medidor de potência”, entretanto nunca encontrei uma referência sobre quem usou termo primeiro. Estou apenas especulando. Se alguém souber comenta aqui, por favor.

Feita está rápida incursão semântica sobre o significado das palavras reostato e potenciômetro vamos ao que realmente interessa ao estudante de eletricidade e eletrônica que é saber como eles serão ligados no circuito bem como a função de cada um.

Ligando um reostato e um potenciômetro

Veja os dois circuitos abaixo das figs. 1 e 2 e, como se fosse um joguinho dos sete erros, encontre a diferença entre eles.

Fig. 1 – Reostato

Fig.2 – Potenciômetro

Espero que você tenha percebido que na fig.1 temos um resistor variável, onde apenas dois terminais são utilizados e a esta configuração denomina-se reostato.

Na fig.2 também temos um resistor variável, entretanto nela temos três terminais sendo usados, e chamaremos esta configuração de potenciômetro.

Agora olhe as figs. 3 e 4 onde temos o desenho das figs.1 e 2 feito com componentes “de verdade”.

Fig. 3 – Configuração reostato

Fig.4 – Configuração potenciômetro

Você notou que tanto na fig.3 como na fig. 4 a “peça” utilizada foi o que se conhece popularmente como “potenciômetro”?

Pera aí, então um potenciômetro é um reostato?

Como dizem aqueles personagens dos desenhos animados, “com mil demônios, isto está uma baita confusão! ”

Como diria o Chaves “não criemos pânico”, já irei esclarecer esta confusão tim por tim.

Quem nasceu primeiro: o ovo ou galinha, ou melhor, o reostato ou o potenciômetro?

Bem, de ovos e galinhas eu não entendo, mas de reostatos e potenciômetros sim.

Reostato é um termo mais utilizado no “mundo dos eletricistas” e, sem dúvida, veio primeiro porque, como eu já disse, foi “inventado” por Wheatstone em 1845 quando nem se sonhava com eletrônica.

E qual era o objetivo de Sir Wheatstone com o “seu reostato”?

Ele queria poder controlar a corrente no circuito (rheo = fluxo, rio) e para tal colocou uma “resistência variável” no circuito que é o que eu estou fazendo no circuito da fig. 11, pág. 82 do meu e-book e que reproduzo abaixo.

Fig.5 – Cap7 Fig. 11

Vamos destrinchar e entender o circuito desta figura bem como mostrar como ficará a montagem do mesmo.

Se você comparar este circuito com o da fig. 3 pode achar estranho que lá um dos terminais extremos (c) do “potenciômetro/peça” está sem ligação e aqui ele está ligado ao terminal central (b).

Na verdade isto não muda nada na prática porque a resistência entre a e “a” e “b” continua variando do mesmo jeito desde de zero ohms até o valor máximo do “potenciômetro/peça” que no caso da montagem sugerida na fig. 11 é 1 kohm.

A outra coisa “nova” na fig.11 é o resistor de 470 ohms em série cuja finalidade é limitar a corrente no circuito quando o terminal “b” (cursor) for levado até “a” e aí teremos zero ohm.  Se não colocarmos este resistor limitador de corrente (470 ohms) iremos aplicar 9V diretamente aos terminais do led e mandá-lo para os “quintos dos infernos” porque a tensão máxima que um led suportar em seus terminais é da ordem de 3V.

Se não acredita, experimente. Vai queimar um led, mas vale a pena em prol da descoberta científica, kkk!

Se você desistiu de queimar o led e montou o circuito da fig.11 como mostrado na fig.5, sugiro que varie o cursor do “potenciômetro” que, neste caso está funcionando, como um reostato e observe o que acontece com a luminosidade de led.

Fig. 6 Montagem da fig.11

Agora vamos partir para a montagem do circuito da fig.10 onde os três terminais serão utilizados.

Fig. 7 Cap 7 Fig. 10

Fig. 8 Montagem configuração potenciômetro

Feita a montagem sugerida na fig. 7 varie o cursor do “potenciômetro” e veja o que vai acontecer com a luminosidade do led neste caso.

Notou que na montagem do circuito da fig. 11 o led variava de brilho, mas não chegava a apagar, enquanto na situação da fig.10 podemos fazer o led apagar totalmente?

Isto ocorreu porque na fig.10 variamos a tensão sobre os terminais do led, enquanto na fig. 11 variamos a corrente que circula no led.

Um potenciômetro pode ser um reostato e vice-versa

E agora eu espero que você esteja começando a entender toda esta confusão.

Tudo começou no dia em que alguém teve a infeliz ideia de chamar um resistor variável de potenciômetro, porque no fundo “potenciômetro” não é uma peça e sim um tipo de configuração que se faz com um resistor variável e esta configuração pode ser do tipo “potenciômetro” ou “reostato”.

Podemos usar as seguintes definições:

  • Um resistor variável na configuração potenciômetro produz variação de tensão na saída (terminal central).
  • Um resistor variável na configuração reostato produz variação de corrente.

Em outras palavras, a peça potenciômetro pode ser utilizada como potenciômetro ou reostato dependendo de como a ligamos no circuito.

Os “potenciômetros/reostatos” geralmente são de fio

Fig.9 – Potenciômetro/reostato de fio

Em geral, mas nem sempre, reostatos são utilizados para controlar correntes quando elas são relativamente alta e por isso, costuma-se usar “potenciômetros” de fio como mostrado na fig.6.

Comprovando a variação de corrente e de tensão

Parra complementar este post eu fiz um vídeo mostrando a diferença de comportamento da configuração reostato e potenciômetro.

 

 

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Paulo Brites

Técnico em eletrônica formado em 1968 pela Escola Técnica de Ciências Eletrônicas, professor de matemática formado pela UFF/CEDERJ com especialização em física. Atualmente aposentado atuando como técnico free lance em restauração de aparelhos antigos, escrevendo e-books e artigos técnicos e dando aula particular de matemática e física.

Website: http://paulobrites.com.br

40 Comentários

  1. KurtMeister

    Olá professor. Gostaria de saber sua opinião de quando devemos usar o reostato e quando é mais viável uso de um transformador variável visto que fomos dois consigo ajustar a tensão na saída de uma fonte. Obrigado.

    • Paulo Brites

      Olá Kurt,
      O reostato ajusta a corrente e portanto, não seria adequado.
      O potenciômetro funciona com =o um divisor de tensão, mas vai depender de que tipo de ajuste quer fazer. Se for para uma fonte de saída variável ele vi pesar sobre a carga.
      Se a fonte for linear e usarmos um variac pode funcionar mas, nem sempre e muito prático.
      Se a fonte chaveada não adianta usar variac.
      Tudo vai depender do que se pretende.
      Por esses dias vou publicar um artigo e um video como uma fonte usado LM317/LM337 Talvez te ajude.

  2. DIOGO ALVES DE SOUZA

    Caro professor, ótima explicação. Mas vou abusar da sua vida vontade e te fazer uma pergunta. Existe como uma carga indutiva consumir mais corrente a medida que a tensão de sua fonte (bateria) diminui? Já ouvi isso mas não me fez sentido, seguindo as leis de OHM. Ficarei feliz em ver tua resposta. Abraço!
    Diogo Alves

    • Paulo Brites

      Uma bateria diminuir a tensão significa que a sua resistência interna dela está aumentando e vai entrar em série com a carga.
      Logo a corrente no circuito vai diminuir e náo aumentar. Em princípio, não vejo relação com a carga ser indutiva. O que seria esta cvarga indutiva? Um motor, por exemplo, para DC?
      Onde você vou esta explicação, foi de boca ou escrrito em algum lugar?
      Pode mandar mais detahes para contato@paulobrites.com.br para continuarmos a conversa por lá.

      • DIOGO ALVES DE SOUZA

        Muito obrigado pela resposta, Paulo! Email enviado. Abraço!

        • Paulo Brites

          Já vi e respondi

  3. Adilson Almeida

    Muito bom dia explicação. Realmente ficou super claro.
    Mas tenho uma dúvida na aplicação.
    Para fazer a bomba de água 12v, corrente continua, funcionar variando o volume de água, devo variar a corrente ou a tensão?

    • Paulo Brites

      Veja só, Adilsom
      Você não pode aumentar a tensão, apenas diminuir senão vai queimar o motor.
      Pode variar tanto a tensão ou a corrente no motor
      A questão é que se usar o reostato ele terá que suportar a corrente máxima que passa no motor para não sair fumacinha.
      O melhor seria usar um circuito com um SCR.

  4. Daniel Fernandes

    Explicação muito rica; obrigado

    • Paulo Brites

      Obrigado pelo retorno Daniel
      A opinião dos leitores é importante para o meu trabalho.

  5. Giovani Junior

    Bom dia!

    Sou estudante de Eng. Elétrica e é muito bom contar com pessoas como você, que não se preocupam apenas em desenvolver grandes projetos elétricos, mas também compartilha de histórias e e técnicas relacionadas ao assunto.
    Obrigado por tão grande contribuição ao meu conhecimento.

    • Paulo Brites

      Obrigado Giovani pela participação com seu comentário

  6. Sérgio Moreira

    Boa noite Sr. Professor
    *
    Serve este simplesmente para congratula-lo, mais do que pela excelente explicação técnica, principalmente para mim, pelo lado da semântica e da origem dos termos em questão.
    Sem qualquer arrogância, permita que lhe diga que estava eu longe de imaginar que algum dia iria aprender Português com um Brasileiro :-))
    Mas a verdade acima de tudo e assim…aprendi sim! E ainda tive direito a video onde o engraçado que para mim é a Vossa pronúncia do Português do Brasil em tudo me faz crer, querer e pensar que o tal ”bendito” acordo ortográfico não faz sentido nenhum. Temos um tronco comum na língua que falamos, é certo! Mas depois português de Portugal e o do Brasil são bem diferentes, têm a sua identidade própria e será até um desrespeito por ambas as Nações e seus Povos obrigarem-nos a ter uma só escrita quando efectivamente os sons que verbalizamos falando são muito diferentes.
    Caro Senhor Professor Paulo Brites, queira perdoar este meu devaneio, que pouco ou nada mesmo tem a ver com o carácter desta sua publicação mas permita que finalize dizendo que me deu um raio de luz de felicidade primeiro lendo e depois ouvindo, e vendo no video, esta sua muito didáctica, e pedagocicamente conseguida, explicação.
    *
    Deste seu também distante Portugal deixo o meu melhor cumprimento, ou seja, um Abraço!
    Sérgio Moreira

    • Paulo Brites

      Que maravilha ouvir (ou melhor ler) isto. Tenho uma fascinação por idiomas e julgo que se as palavras não forem colocadas de maneira certa na hora certa não há de haver plena comunicação entre quem fala ou escreve e quem lê pu escuta. Escrevi um artigo nesta linha aqui no blog Talvez vá gostar de conferir “Minha sina é ensinar por esta pais….”
      Abraços cariocas …. do distante Rio de Jnaeiro do Brasil

      Paulo Brites

  7. Murilo

    ótimo texto, esclareceu tudo, obrigado.

    • Paulo Brites

      Que bom Murilo, são assuntos simples e importantes que, em geral, não sáo ensinados nos cursos.

  8. Francisco Fula José

    Agora sim!!! Não tenho mais dúvidas neste assunto e graças a ti Paulo Brites, muito obrigado! Só é uma pena, porque não consigo inscrever-me no teu CLUBE.

    • Paulo Brites

      Ótimo Francisco

  9. Glaydson Alves de Moraes

    Muito bom professor, essa aula esclareceu muito sobre o uso de ambas as configurações além de divertida ajudou a entender o funcionamento em um display de LCD. Parabéns. Quanto ao rapaz dos caracteres ele terá que modificar a codificação de caracteres no navegador dele, na verdade o navegador dele que está “traduzindo” as informações de forma errada. GAM (Entusiasta de eletrônica e Analista de suporte)

    • Paulo Brites

      Que ótimo Glayson que lhe ajudou a entender o seu circuito

  10. André Amâncio

    Bom dia Professor Paulo Brites,
    Em primeiro lugar, parabéns pelo texto.
    Sou graduando em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, e estou redigindo uma tese sobre correção de reativo utilizando reostatos. Gostaria de perguntar ao senhor algumas dúvidas que me surgiram durante meus estudos.
    Existe algum canal que eu possa entrar em contato diretamente com o senhor?
    Atenciosamente,
    André Amâncio

    • Paulo Brites

      Caro André obrigado pela participação, já te respondi por e-mail

    • Fabi Ferreira

      Muito obrigada por compartilhar um conteúdo como este, sou estudante de engenharia biomédica, estava com dificuldades e saio com minhas dúvidas esclarecidas.

      • Paulo Brites

        Que bom Fabi que esclareceu
        Esta uma área immportante e que aprecio muito. Quando estava fazendo bacharelado em Matemática na UFRJ lá nos anos 70 eu pretendia fazer uma pós nesta área, mas a vida acabou me levando para outros caminhos. Boa sorte

  11. Roberto Amaral

    Muito bom Mister Paulo.

    Só gostaria de informar que a fonte usada no texto principal, parece estar usando caracteres Não Ascii (codificação diferente) e no meu navegador (firefox) fica com palavras estranhas na acentuação. Só acontece na área principal do artigo. Neste box, está ok. Falo isso , pois pode estar acontecendo com mai alguém.

    • Paulo Brites

      Caro Roberto Tem duas coisas no mundo que eu vou morrer sem entender: cabeça de mulher e informática. Todo o texto foi escrito com a mesma fonte (terminal/14) e para mim abre normal tanto no firefox como no chrome. Não sei o que posso fazer Vou ver se mais alguém reclama e tentar descobrir a solução.obrigado por ter me avisado.

      • Prezado mestre, o amigo Carlos Sergio Pinto lá no post do Polyfuse também comentou algo dos caracteres, creio que deve ser que alguns pcs não tenham esta fonte por padrão, neste momento estou usando meu notebook e está ok, no meu trabalho , ainda usam WIN XP e devido a restrições de rede creio que não atualizam certas coisas. A fonte escolhida é bem bonita, mas pode acontecer estes inconvenientes de compatibilidade ou codificação.

        • Paulo Brites

          Informática tem estes mistérios. Eu não consigo usar o Google Chrome neste notebook porque algumas páginas ficam apagadas como se fosse uma impressão feita com um cartucho com pouca tinta.Nunca descobri porque, então passei a usar o Mozilla. A fonte que eu uso nos posts é a “terminal” que lembra máquina de escrever. Um pouco de saudosismo da minha parte…. Realmente não dá mais pra usar XP.

    • Wladyslaw Jan

      Eu estou usando Firefox e o texto esta normal.

      • Paulo Brites

        O site funciona melhor no firefox, não me perguntem porque

  12. Raimundo Portela

    Professor grato pelo esclarecimento a respeito dos dois componentes, na verdade eu aprendi que o reostato controlava coerentes altas e o potenciômetro pequenos fluxos de correntes e se usava mais nas alterações de polarização de circuitos o outro poderia controlar inclusive velocidade motores, nesta época não existiam os controladores de frequência e os modernos motores de passo. As crianças agradecem a aula prezado Paulo. Abraço fraterno.

    • Paulo Brites

      É como eu explico no texto a ideia nasceu para controlar correntes “altas”, mas nada impede que usemos um “potenciômetro” ligado como reostato.
      Obrigado pelo comentário

    • Paulo Brites

      Que bom que “ficou claro”.

  13. Jefferson

    Professor só tenho a agradecer pela paciência, pela partilha de conhecimento.
    Estou ansiosa pelo seu projeto de aulas de eletrônica.
    O senhor torna a eletrônica fácil e divertida.

    • Paulo Brites

      Estudar e aprender tem que ser divertido, porque não.

  14. Jaime Moraes

    Oi, Paulo :
    Mais um excelente artigo !
    Creio que o termo potenciômetro originou-se na Quimica, quando se utilizavam artifícios para a medida de pequenas diferenças de potencial. O método usava uma fonte DC e um “potenciômetro” ajustado de modo a que as tensões se equalizassem.

    • Paulo Brites

      Valeu Jaime pela contribuição Abraços

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